quinta-feira, 25 de novembro de 2010

PIASSA OFICINA DE MÁSCARAS O INCONCIENTE REVELADO.

Studio&Piassa®

AS MÁSCARAS DO INCONSCIENTE REVELADAS NA ARTE.


Piassa...

A confecção de máscaras pelo homem remonta à antiguidade sociedades indígenas e africanas, por exemplo, faziam máscaras para ser usada em rituais religiosos a partir da Grécia antiga, a máscara passou a ser usada também no teatro, escondendo o ator e dando vida ao personagem. O uso das máscaras não é específico das festas carnavalescas ou das comemorações de grandes colheitas, tem origem religiosa, e ainda hoje na África, conserva o sentido primordial o homem que veste e usa a máscara do crocodilo é o espírito do crocodilo - a máscara manifesta a divindade nesses rituais e transmite ao portador todo o seu poder.

 Este aspecto tribal e místico foi sendo substituído e esquecido paulatinamente em outras culturas. Quando passa a ser incorporada ao teatro, grego e romano, já o sagrado desapareceu e a identificação faz-se entre o ator e o personagem, ou entre máscara e o personagem.
É tão remota a sua origem e tão constante a sua presença no mundo atual que poderíamos atrever a dizer ser biológica. Certos animais escondem-se por sua própria vontade, se camuflando, outros vivem ocultos sem saberem disso, como se usassem máscara. Pode ser uma máscara de cores garridas, que nem sequer conseguem ver, mas é um sinal de perigo para homens e outros predadores, podem ser tão crípticos que se mimetizam com a paisagem a terra, as folhas, os troncos de árvore ou mesmo a pedras, portanto a camuflagem não foi inventada pelo homem, mas muito usada pelos soldados.
É uma máscara que usam para se ocultarem do inimigo esse é o valor constante da máscara no domínio profano - a ocultação e o poder de iludir. No caso dos animais, exemplo bem conhecido é a homocrômica do camaleão: a cor da pele muda consoante o lugar onde está mimetizando-se com ele. Já o camuflado dos soldados é imutável, mas nunca se sabe o que o futuro nos reserva.

Studio&Piassa®
Não, a máscara está longe de ser característica só do Carnaval, em que desempenha uma função catártica, libertando-nos por uns dias dos pensamentos amargos, das rotinas quotidianas. Nas saturnais, com que mantém alguma relação, tudo era permitido: durante as festas, invertiam-se os valores, os senhores serviam os criados e os criados injuriavam os senhores - outra forma de libertação. E o mesmo acontecia nas festas da Epifania, em que também se usavam máscaras, e se parodiavam os membros do clero e a própria liturgia.
O Carnaval de Veneza, muitíssimo diferente do Carnaval do Rio - o de Veneza quase sem movimento sequer uma mímica tem, e apesar do andamento é estático e silencioso como as fotografias. Este hieratismo não vem só da máscara inteira, a cobrir lhe o rosto, sobretudo da pose os grupos param para serem fotografados na rua, aguardam em cenários escolhidos que a imagem os leve para o estrangeiro como apelo ao turismo. No entanto, as máscaras mais famosas de Veneza eram independentes do Carnaval. Basta ler Casanova para ver que o seu uso era tão corrente como o das luvas. Saídas noturnas, de damas e cavalheiros, para encontros galantes nas gôndolas ou nos palacetes dos canais, ou mesmo só para um jantar elegante, exigiam a discrição e requinte da meia máscara, de cetim ou de veludo.
Sob a máscara tudo se oculta - o Bem e o Mal. Tanto os heróis mascarados como os ladrões e os terroristas, todos usam máscaras, sem elas talvez fosse impossível sobreviver na sociedade de muitas facetas como a atual, muitas vezes sorrimos quando queríamos na verdade chorar. A maior parte da sociedade vive de dissimulação que não passa de mascara so que essas já estão incorporadas no caráter dos que a usam para obter o que pretendem. Subimos nos nossos saltos para parecermos mais altos usamos coletes blusões e paletós acolchoados muitos com ombreiras para dar a impressão de sermos mais fortes do que realmente somos, falamos mais alto do que os outros para os atemorizarmos, mostramos as armas muitas delas intelectuais para paralisar ou menosprezar os adversários, fazendo ar de desentendidos para fingir inocência e passar um ar angelical, vestimos o nossos melhores argumentos para ninguém saber que estamos tesos, publicamos fotografias antigas para escondermos a idade, e que mais? Mas não é possível andarmos nus na rua, nós, os mais indefesos animais da Criação. Sem máscara, não conseguiríamos segurar as lágrimas nem o riso, seríamos incontinentes emocionais, o que nos deixaria à mercê da predação social. A máscara é uma arma que pode ser usada para defesa ou ataque, ou simplesmente decorativa, um adorno de uma idéia concretizada. Mas essa é a máscara de gesso ou papel machê a artística, a outra é a máscara da nossa própria cara, é a que a vida em sociedade exige. Se nos descuidamos, de repente pode cair, e com ela, sabe-se lá? – o que pode cair, a reputação o poder ou tudo o que em nós não passa de fragilidade, pânico, impotência e presunção, por isso nas minhas oficinas não descarto a linguagem do inconsciente revelado no fazer artístico, ali concretizado em forma de uma mascara que possivelmente jamais seja vivida ou assumida, a não ser na forma de um personagem ou de um adorno de parede que recebe o nome de obra de arte ou objeto decorativo.
Piassa®

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

PIASSA E SUA ARTE.

Studio&Piassa®




Piassa...

Sou um Artista Plástico Poeta e Historiador que acredita no amor, e que esta com um projeto visitando comunidades de todo Brasil resgatando os sonhos e a historia local dessas comunidades, e de seus moradores, levando minha palestra sobre o Amor e suas facetas, pois sonho com um mundo de harmonia de Paz e felicidade, em que haja absoluta igualdade de direitos e deveres entre as pessoas: realmente não sei se a vida é curta ou longa demais para nós, que lutamos por um mundo melhor, dando o nosso melhor dia a dia e acreditando ser revolucionário com a mais antiga estratégia o Amor, a palavra e o silencio, que sem gatilho fere, mata ou salva, revolucionando conceitos que muitas vezes são considerados intocáveis impraticáveis e utópicos, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.                               
                                                                                   
Muitas vezes basta ser colo, que acolhe braço que envolve palavra que conforta silêncio que respeita alegria que contagia lágrima que corre olhar que acaricia desejo que sacia Amor que promove, e isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida.

Studio&Piassa®
É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, e pura.Sonho com um paraíso na Terra em que as contradições que nos dividem e desumanizam tenham sido superadas. Em que não existam excluídos e exclusões, oprimidos e opressores, poderosos e humildes; sonho com um mundo que prescinda de leis, governos, exércitos e tribunais, em que todos conheçam suas obrigações, sem necessidade de serem fiscalizados. Em que o amor sem limites seja a única Constituição dos povos, irmanados em um só ideal, sem fronteiras e separações.
                                              
                                                                                          
Sonho com um mundo em que estes versos do poeta Thiago de Mello, no poema “Os Estatutos do Homem.” Sejam mais do que mera poesia: “O homem /não precisará nunca mais/duvidar do homem /que o homem confiará no homem /como á palavra confia no vento/como o vento confia no mar/como o ar confia no campo azul do céu.

Complemento meu objetivo como artista dizendo que a paz já não é uma expressão da vontade dos poderosos, mas uma expressão da vontade coletiva de se viver em paz, todos juntos somos uma superpotência, credito que o amor existe por isso vivo sem grandes conflitos.

Studio&Piassa®
Desejo a todos um final e um começo de semana de tranqüilidade e inspiração nos podemos por uma simples atitude revolucionar mudar o mundo, essa se chama Ágape, Amor incondicional, também sou muito grato por ser você essa pessoa que aqui entrou, pois acredito que a vida aproxima as pessoas que sintonizam a Paz, e que esse seja mais que um espaço onde pessoas se conheçam, mas que seja um espaço em que a Paz e o Amr sejam o norte de nossas vidas!

Muito Obrigado...

Piassa®

PIASSA E SUA VISÃO SOBRE A VIDA ATRAVÉS DA ARTE.


“Esta Iniciativa Integra o Prêmio de Interações
Estéticas – Residências Artísticas em Pontos de Cultura”.

A Bahia inspira Piassa e a equipe participante das oficinas a compor um novo layaute para os Totens.http://www.youtube.com/watch?v=1xgsVtdtDdoPIASSA®
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Projeto Oficina de Interações Estéticas.

Atividades Desenvolvidas.

Piassa®...


No início do mês de Março, me reuni com os participantes das oficinas de interações estéticas que em sua maioria já são usuários do Ponto de Cultura CUCA, em suas múltiplas atividades e propus algumas mudanças no desenvolvimento do Projeto que estávamos desenvolvendo; Sentia a necessidade de compartilhar toda a história que envolvia o Projeto dos Totens, desde seu inicio em mil novecentos e oitenta e nove, com oficinas desenvolvidas em espaço aberto dentro do Projeto Recreio e que em dois mil e três passei a desenvolver com os Pontos de Cultura
Studio&Piassa®





Acreditei que com equipe que,havíamos formado, era chegada a hora de implementá-lo com algumas mudanças no layout do Totem e achava estar com uma equipe preparada, motivada e que se mostrava disposta a desafios. A resposta foi de imediato (Opa ì óh, manda),pois nós tínhamos encontrado dificuldade em conseguir as autorizações da prefeitura para implantar os discos que estávamos construindo com as mensagens de paz nas praças do município e, se ficássemos na queda de braço com os órgãos responsáveis, o risco de não conseguir finalizar o Projeto no tempo pré – estabelecido e ter uma obra paralisada era muito grande.








Posicionei-me assim como outros participantes, a não estar dispostos ao desgaste que isso implicaria que seria o de correr atrás dos responsáveis de cada órgão envolvido, pedindo para que se agilizasse a análise e as devidas autorizações






e sem a certeza se iriamos
conseguir sua aprovação que depende de reunião e pauta de conselhos, dada a complexidade histórica que envolve as praças da capital baiana, em sua maioria tombada pelo patrimônio histórico ou em fase de avaliação e tombamento.
Studio&Piassa®


Propus que deveríamos trabalhar a estrutura do corpo do Totem, interagir em sua estrutura sem descaracterizar a forma que o consagrou e que faz uma menção a Macaíba (Barriguda), palmeira originária das regiões nordeste onde se faz uso de seu tronco para a Confecção de Tambores musicais utilizado no Maracatu e em outros ritos folclóricos (Alfaia e Tambor do Divino), que serviu de fonte de inspiração dos Totens da Cultura (Totem Pergaminho Filosófico Cultural),



e que foi admirado e aplaudida pelo ministro da Cultura Gilberto Gil que, na época fez a seguinte declaração durante a inauguração em Porto Alegre (depois retificada e assinada na Bienal de São Paulo TEIA). “Os Totem Pergaminho Filosófico Cultural confeccionados pelo artista plástico Piassa, foram idealizados com o objetivo de criar e fortalecer a identidade visual dos Pontos de Cultura. Esta forma de identificação incorpora as referências simbólicas e linguagens artísticas que intensificam o processo de construção da cidadania, dando amplidão à capacidade de apropriação criativa do patrimônio cultural pelas comunidades e pela sociedade brasileira como um todo."Palavras do ministro da Cultura Gilberto Gil".



Proposta aceita de imediato, partimos para as modificações que deveríamos fazer e voltarmos ao dinamismo que tínhamos anteriormente, perguntávamos como mudar o layout sem descaracterizá-lo. Era um momento de muita expectativa inclusive de minha parte de ter que recriar, repensar e refazer todo o caminho da criação. Voltar mesmo à origem do Projeto. Confesso que a o desafio me instiga, faz me curvar e meditar por horas sobre uma idéia, e foi exatamente o que fizemos começamos a repensar e enquanto um comentava a idéia que possuía, outro ia anotando. No final nos reunimos e



começamos a parte que acredito ser a mais dolorosa: a de destruir com questionamento as idéia que iam surgindo. Mas o processo criativo é instigante, e com muitas perguntas, que nunca devem ficar sem respostas. Já sabíamos que em nossas perguntas e respostas iríamos encontrar a solução e a forma de interagir e agregar novos valores ao design já consagrado do Totem sem que ele perdesse a sua identidade original. Resolvemos escrever tudo de forma individual e depois nos reunir e apresentar o que cada um tinha como simbologia e que pudesse representar a Bahia. Essa foi à meta estabelecida em grupo, o de agregar ao Totem algo novo que permitisse contemplá-lo e agregar informações locais alem dos pergaminhos internos, que ao serem abertos no futuro, trarão à luz as escolhas individuais de cada



participante. E dar ao layout novas linhas as já existentes, sem descaracterizá-lo de sua forma inicial, que teve o desenvolvimento com comunidades de diversos Estados, e também em respeito ao ministro Gilberto Gil, que o aplaudiu e se fez presente em vários Estados acompanhando todo o desenvolvimento de sua criação juntamente com o secretário de Programas e Projetos Culturais, Dr. Célio Turino de Miranda, e de outras autoridades e personalidades representativas como o artista Plástico Aguilar, o consagrado escultor Antonio Araujo, que honrou com sua presença uma das inaugurações e interagiu desenhando no Totem, o que motivou outros presentes como o próprio ministro da Cultura Gilberto Gil e o prefeito da capital mineira Fernando Pimentel a fazerem o mesmo.



Nas inúmeras inaugurações outras autoridades e personalidades marcaram presença e dentre elas o próprio presidente da republica Luiz Inácio Lula da Silva acompanhado do Ministro do Trabalho e do Emprego Luiz Marinho e do Ministro da Cultura Gilberto Gil, que esteve presente e inaugurou seis Totens durante sua gestão, o que fez com que a iniciativa atravessa se fronteiras e tivesse o reconhecimento de institutos dentro e fora do país conferindo visibilidade internacional. Outros representantes da sociedade também marcaram presença e dentre eles destacaria o arquiteto e urbanista Rui Ohtake, o senador Suplicy, o autor e diretor Sérgio Mamberti acompanhado de Jorge Mautner, músico e compositor, Èrmeson Leão, atleta e dirigente esportivo, Prof. Danilo Santos de Miranda diretor estadual do SESC e Manoel Francisco Pires da Costa, Presidente da Bienal São Paulo, que deixaram suas marcas quer por grafismo estilizado ou pela simples assinatura no corpo da obra.



Em nossa oficina, a procura simbólica se tornou um desafio a cada participante. Resolvi então relatar aos grupos de trabalho os meus questionamentos durante o desenvolvimento da obra e porque decidi desenvolver meus trabalhos de arte de forma coletiva. Em determinada época fazendo uma releitura histórica dos mestres, fui descobrindo o prazer, mas também á solidão de ser artista principalmente na área em que atuo como Artista Plástico e Historiador.



Quando se pensa em um artista circense logo se vê uma trupe; um jogador, um time; um músico uma banda ou conjunto; um ator, um elenco. Agora pense na solidão das artes plásticas, que se faz desde o momento da criação, e que eu não queria transportá-la para o momento de execução. Acreditava que a interações de outros indivíduos poderia agregar valores que não se faz presente na criação individual.



O tempo mostrou-me que fiz a escolha certa, pois ao permitir e abrir discussão com outros no momento da criação e desenvolvimento de um novo produto (obra de arte), essas interações começaram a dar dinâmica e uma ousadia até então não experimentada em minhas revelações durante as oficinas. A intenção era a de dar uma base a cada participante como se os mesmos estivessem participando desde o inicio dos primeiros traços o que acabou por se concretizar na obra da forma que hoje se apresenta.



Repartir essa experiência me fez repensar todo o trajeto e todos os questionamentos da criação desse ícone, que foge ao comum, de quando se quer sinalizar um espaço no caso os Pontos de Cultura que na maioria já existiam em muitas comunidades antes mesmo do Programa Cultura Viva.
(Comum em muitas comunidades brasileiras) a presença de mestres em seus ofícios e que partilham com os demais da comunidade seus saberes enraizados geneticamente, e que vai passando através de suas memórias todo o conhecimento.



A sociedade e o Estado não tiveram a sensibilidade de valorizar e se mantiveram a distancia e, em muitos lugares ausentes. Não que isso não ocorra hoje, mas numa escala muito menor se comparando com a época anterior a abertura política e a tomada do crescimento e a valorização do cidadão em seu próprio meio, que acredito ser a marca atual da política Cultural do ministério da Cultura: O de valorizar e dar condições ao cidadão comum que já traz com suas raízes culturais informações riquíssimas e que em muitas comunidades tinha-se vergonha de expressar,



pois era visto como arte menor! Mas bem sabíamos que atrás dessa desqualificação e discriminação havia o domínio velado; (dê ao homem a liberdade de cantar e as ferramentas e você terá de volta os instrumentos e os compositores).





A Bahia inspira Piassa e a equipe participante das oficinas a compor um novo layaute para os Totens dos Pontos de Cultura, criando um designer que permite uma maior integração com o expectador, que pode interagir tocando e girando o Totem, criar novos visuais.

Complementando o histórico do Totem, discriminei sua trajetória ate que se chegasse a forma atual, mostrando as etapas percorridas em vários Estados e as comunidades envolvidas, pois o Projeto é de minha autoria, mas o nascimento, se assim podemos dizer, e a forma atual se deve a participação popular de todo o Brasil
que já estavam organizadas em Pontos de Cultura, vinculada, ao Programa Cultura Viva que interagiram de forma coletiva. Coube a mim como artista e orientador do Projeto, agregar juntar os fragmentos numa única peça e contextualiza-la.



A cada movimento do corpo do Totem tem se uma nova leitura quer na composição das cores, que lhe confere um toque tropicalista, ou na metamorfose provocada pelos recortes e encaixes, que esse novo design permite, o que da a obra uma dinâmica espacial, agradável visualmente e que não interfere no espaço urbano.

Em minhas colocações revelei que gostaria de ampliar a superfície de intervenção do corpo do Totem, mas que eu não me admitia mudar as medidas que foram estudadas com o uso de um protótipo e disponibilizada em varias situações, junto a muros, postes, marquise e outros obstáculos urbanos, até chegar às atuais medidas, que permite visualizá-lo a uma distância de mais de dois mil metros.



Por ele ser tubular com as pontas ovais, o espaço de intervenção era reduzido, mas lhe dá leveza e despojamento sem intervir no ambiente em que se era instalado.
Todos ouviram em silencio absoluto. Me vi perante olhos aflitos e ouvidos aguçados procurando a solução do desafio proposto.



Em nossas observações encontramos muita semelhança do Cacau com as formas da palmeira Macaíba. E o resultado não poderia ser melhor. Unimos as formas da Macaíba com a do Cacau (e esse últimos ainda lhe conferiu as cores tropicais do amadurecimento do fruto que vai



do verde ao preto passando por todas as nuances e gamas de cores e os cortes longitudinal do fruto) possibilitou ampliar a superfície de trabalho permitindo à intervenção a participação de um maior numero de artistas que antes



se limitava pela curva tubular e que agora se faz em planos e usando do efeito ótico dos cortes, a possibilidade infinita de composições e movimentos. Esse movimentos são proporcionados por rolamentos internos do eixo central que serve de base.



Os movimentos têm a liberdade da energia eólica ou pela interatividade e toque dos observadores, as cores e os movimentos constante fazem de forma sutil o convite ao toque.




Outros espaços foram disponibilizados para servir de agenda informativa do Ponto de Cultura e espaço para futuros patrocinadores com suas logomarcas e que poderão ali ter seus nomes lembrados pelos integrantes dessas comunidades.

“Esta iniciativa integra o Prêmio de Interações
Estéticas – Residências Artísticas em Pontos de Cultura”.
A visão de Piassa sobre a vida através da Arte.http://www.youtube.com/watch?v=O3wYeVjryoEPIASSA®

Piassa®...Artista Plástico e Historiador titular da cadeira 41 do I. G. G. C. Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Campinas, autor do “Projeto Fragmentos Étnico Arqueológico” e criador dos Totens “ Pergaminho Filosófica Cultural ” que identifica os Pontos de Cultura do Programa Cultura Viva.

PIASSA O SILÊNCIO DA ESCRITA.

studio&Piassa®


É um mundo de cores para ser sentido na pele.

A Bahia inspira Piassa e a equipe participante das oficinas a compor um novo layaute para os Totens. http://www.youtube.com/watch?v=1xgsVtdtDdo PIASSA®

PIASSA...
O desafio para quem faz uma análise crítica e escreve sobre a própria obra é dar conta da emoção da criação e pulsação que agora se faz na escrita não mais no tátil, no escultural, nem no cromático das cores. É como se a obra fosse desarmada e levada a conquistar o silêncio da escrita. Escrever sobre cores que gritam, referindo-me ao colorido forte e diferenciado, mas feito de cores comuns mesmo, beirando algumas vezes a homogenização. Falar da cor que compõe estes Totens é quase uma ousadia, uma vontade desarmada de querer e desejar assumir o belo.É desarmada no sentido de que nada em minha obra é forçado ou artificial. É composta de muitas idéias que vão sendo agregadas vindo de pessoas diferentes com históricos dos mais opostos. Aí me pergunto e afirmo como é bom interagir com esses jovens. Como é possível dar um tons frio e imponência usando de cores tão fortes? Uma outra pergunta se apresenta diante dessas divagações,será que o belo ainda é uma denominação pertinente e desejado pela arte? A própria obra fala, se não fala é muda temo esta palavra por conta de uma certa inviolabilidade metafísica, o tempo e as múltiplas idealizações retiraram dela qualquer pregnância de sentido. Mas como deixá-la de lado? Cabe dizer, entretanto, que isto não aconteceu à toa,de fato um esteticismo vazio e uma cooptação frente às determinações do mercado levaram a esta situação complicada em que o belo perdeu espírito e o decorativo abriu mão de qualquer rigor estético. Para uns, o belo é impotente porque não se deixa apreender intelectualmente. Para outros ele é indesejável pois se deixa seduzir pelo brilho decorativo. É neste território minado em que a impotência conceitual e a insatisfação ética mostram-se de imediato, que quero tratar da beleza nas obras em questão. Diante das colagens, do grafismo, da textura e da pintura dos Totens nos vemos sempre em alerta, nossos sentidos ficam despertos, atentos e mobilizados. Deparamo-nos com uma forma cilíndrica e outras ainda em experimentos composta de garatuja e letras atiradas alienatoriamente mas precisas sinalizando mensagem. Uma mistura de intuição parece conduzir minhas ações plásticas. A intuição aí não funciona como algo espontâneo, que daria uma visão poética um caráter um tanto ingênuo. O que se apresenta é uma sabedoria quase física dos materiais, principalmente das cores, que funcionam por contrastes de textura e movimento. Uma obra executada com materiais comuns e pintada com intenção de obter relevos,e que apela ao nosso sentido tátil. Cores exaltadas e tímidas convivem sem se acomodarem e quando se entrelaçam uma a outra se faz de maneira a compor uma sequencia harmônica. O belo é o que produz essa diferença sensível com o que está a sua volta, a um entrelaçamento com o que é exterior além do circulo de garatuja que circunda o Totens. Essa autonomia dá no momento em que o homem artista assume sua maioridade política e espiritual. Também a de considerar a riqueza de descobertas que ocorre quando se da a possibilidade de concretização as comunidades a qual se permite o livre aceso, a participação e intervenção de criança, jovem e adultos dessas comunidades a pensar e acreditar ser possível interagir em seu meio, de forma a obter um resultado plástico, ainda que não convencional.Resultado esse que busca dentro dos confrontos das várias linguagens um registro que coincide com a experiência de um sujeito livre para sentir e julgar, capaz de se por frente ao mundo sem os constrangimentos de uma racionalidade instrumental que nos distingue, o certo do errado, o artístico do não-artístico esta relação entre a autonomia do juízo estético e sua vocação política, o sentido pleno da liberdade. O livre jogo das faculdades, à experiência estética, corresponde ao livre jogo entre os cidadãos anônimos do pós moderno. Há que se compreender o belo como um acontecimento singular que se apresenta aos sentidos, à percepção, e nos mobiliza a ver o mundo, senti-lo, de modo diferenciado. O belo nos retira de uma indiferença perante as coisas e nos faz desejá-lo sem ao mesmo querer consumi-lo e esta é a principal razão de meus atritos com a metafísica, é que a experiência do belo vai ser sempre um acontecimento singular, apoiado no sensível, que não se antecipa nem se define. Ele se apresenta e temos que estar atento. Ele é sempre diferente sendo sempre comum. É essa a diferença que se dá no meio do comum o Totens,que quer o comum,nas suas cores,materiais,formas,para retirá-lo do reino da indiferença.Muitas vezes os Totens se deixam contaminar por uma atmosfera repleta de informações,mas recusam o excesso sensorial. Há contenção sem sofrimento nenhum, a tonalidade afetiva que atravessa essa obra mistura curiosamente alegria e tédio. Mas é um tédio que não inspira abandono,apenas um chega pra lá. É como se cada Totem dissesse: pára,tá bom assim! Outro aspecto importante que começa a aparecer nesta obra refere-se à relação entre pintura,colagem,objeto,instalação e intervenção. Na verdade,creio que tudo leva a uma noção de ambiente,de criar um ambiente,uma atmosfera,onde a vida,a mais comum possível,possa ser vivida e experimentada graficamente. Seja na garatuja da base ou nas intervenções em relevo no corpo que o compõe,mais é no espaço real que percebemos essas conotações,são campos de energia cromática de formas que se propagam e nos convidam a uma leitura tátil. É um mundo de cores para ser sentido na pele. Vale dizer também que suas texturas,ao ser tocada e sentida de maneira tátil dialogam de perto com o cidadão comum que não está preocupado em questionar a origem nem a historia que levaram a sua execução ou ele gosta ou não gosta. A obra por si própria fala se não fala é muda.
Piassa®

PIASSA E SUA ARTE INTERATIVA.


Pedro J. Bondaczuk

O diretor de cinema norte-americano Paul Schrader – que tem em seu currículo, entre tantos outros, filmes como “Auto Focus” (2002), “Temporada de caça” (1997) e “A marca da pantera” – disse, certa feita, em entrevista, uma frase que, embora óbvia, nunca se apagou da minha mente. Declarou: “A arte é sempre maior que a vida”. Claro que tinha razão. As obras que produzirmos, desde que originais e de qualidade, nos sobrevivem, por décadas, por séculos, por milênios, quem sabe até para sempre (embora esse “sempre” não deixe de ser ambíguo).


Isto ocorre, como garantiu o psicanalista Carl Gustav Jung, por uma causa fundamental: Porque “o artista é um homem coletivo que exprime a alma inconsciente e ativa da humanidade”. É, pois, o que sabe expressar (e, de fato, expressa), com o signo próprio e característico da sua arte (pintura, música, escultura, dança, literatura, não importa), as angústias, perplexidades, sonhos, misérias e grandezas de um povo; da pessoa comum e não raro inculta, que sente tudo isso, com grande intensidade, mas que não tem como concretizar esses sentimentos em imagens, sons, movimentos ou palavras.


Tenho o privilégio, porém, de privar da amizade de uma pessoa que é perita, em sua modalidade artística, em desvendar esses desvãos escuros e sombrios da alma humana e os revelar plenamente à luz. Trata-se do artista plástico José Luís Piassa, que em julho passado foi, finalmente, reconhecido pela Câmara Municipal de Campinas, que lhe outorgou, com absoluta justiça, a Medalha Carlos Gomes, por sua contribuição para as artes e a cultura da cidade.
Fomos colegas de trabalho no jornal Correio Popular, posto que em funções diferentes. Mas cruzávamo-nos, amiúde, e não tardou para que firmássemos sólida e produtiva amizade.


Mantivemos longas e agradáveis conversas sobre nossas respectivas visões de mundo e nossos projetos artísticos. Nunca vi ninguém com tamanho entusiasmo pelo que faz como esse criador sensível e originalíssimo, talentoso e idealista.
Foi com satisfação redobrada, pois, que fiquei sabendo do sucesso dos seus Totens “Pergaminho Filosófico-Cultural”, espalhados pelo Brasil afora, embora pouco divulgados pelas mídias tradicionais. Há cerca de vinte anos, quando eles ainda não passavam de meros projetos, Piassa já falava, entusiasmado, com os olhos brilhando, a respeito dessa sua idéia.


Na oportunidade, embora nunca lhe tivesse dito, duvidei que sua intenção de levar o melhor das artes para os grotões deste país-continente fosse prosperar. E não é que meu amigo artista conseguiu!
Claro que voltarei outras vezes ao tema, para explicar no que consistem esses “Pergaminhos Filosófico-Culturais”. Cabe, aqui, um parêntese para explicar o que são Totens. Trata-se de uma forma de manifestação que remonta ao princípio da civilização. São símbolos associados, em geral, a uma linhagem familiar, uma tribo, um grupo, uma empresa, ou até a times de futebol. Referem-se, via de regra, a um espírito ancestral. Não se prendem a formas e podem aparecer como uma pedra, ou como uma planta, ou como uma força ou até como o vento ou o trovão.


Os Totens de Piassa são compostos por colagens, grafismo, textura e pintura. São interativos e contam com a participação direta de membros de determinadas comunidades na sua composição. É o próprio artista que explica como eles são elaborados: “É permitido livre acesso às crianças, aos jovens e adultos, que interagem na obra, de forma a obter um resultado plástico”, diz. E acrescenta: “Outro aspecto importante, que começa a aparecer, se refere à relação entre pintura, colagem, objeto, instalação e intervenção.


Tudo leva a uma noção de ambiente, de criação de uma atmosfera onde a vida, a mais comum possível, possa ser vivida e experimentada graficamente, seja na garatuja da base, seja nas intervenções em relevo no corpo que compõe o Totem. São campos de energia cromática, de formas, que se propagam e que nos convidam a uma leitura tátil. É um mundo de cores para ser sentido na pele”.


Piassa conta, nesse seu original e bem-sucedido empreendimento, com o indispensável apoio do Ministério da Cultura dentro do Programa Cultura Viva e do secretário de Programas e Projetos Culturais, Célio Turino, e do próprio Ministro da Cultura, Gilberto Gil, que prestigiaram a inauguração de vários Totens em Pontos de Cultura espalhados pelo País afora.


O meu amigo artista, portanto, agora mais do que nunca, é, simultaneamente, veículo e agente da expressão da alma inconsciente e ativa da humanidade, ou de, pelo menos, parcela expressiva dela.
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Pedro J. Bondaczuk
Jornalista e escritor radicado em Campinas,é cronista do Planeta News e editor do espaço "Literário" do site Comunique-se.

PIASSA CARTA PARA O FUTURO.


Pedro J. Bondaczuk

A pintura foi o primeiro e magistral alfabeto criado em toda a história.. Rústica, evidentemente – como toda invenção é no seu princípio, antes que seja aperfeiçoada – primária, sem técnica (por não se dispor de instrumental adequado para sua execução), se tornou imortal em si, embora não haja imortalizado quem a executou pela primeira vez, já que é impossível de identificar esse artista pioneiro.
Mas a obra em questão identifica a comunidade em que esse criador vivia, o local onde ela habitava e, como uma espécie de “carta ao futuro” desses remotos (e geniais) ancestrais, revela, aos seus descendentes do século XXI, quais eram seus anseios básicos: alimentos, proteção e, sobretudo, comunicação.
Essa arte original, primitiva, mas que sobreviveu a milênios, chegando até nós, tinha, sim, a função primordial de comunicar. Destinava-se, basicamente, a dar ciência – à família que recém se estruturava por instinto, ao clã e à tribo – das descobertas do artista: das suas crenças, terrores, alegrias e outras tantas emoções, que se revelavam comuns a todos os membros do grupo.
Pode-se dizer, pois, que essa foi a primeira linguagem criada pelo Homo Sapiens, tão logo se deu conta de que pensava, assim que descobriu que seus semelhantes faziam o mesmo e que percebeu (ou que intuiu) que era possível estabelecer intercâmbio de conhecimentos, de experiências e de sensações com os demais.
Magnífica e fundamental percepção foi essa, que firmou, naqueles remotíssimos tempos, um marco da evolução da espécie e lançou as bases da civilização futura! Convém assinalar que, todos os alfabetos do mundo – não importa onde e nem por quem tenham sido criados – tiveram como ponto de partida a corruptela de desenhos de objetos, de animais, de acidentes geográficos etc.


Não é exagero, portanto, afirmar que a pintura foi a primeira língua humana. Nem todos, evidentemente, tinham, naquele tempo (ou têm hoje), esse talento. Não é por acaso que o pensador francês, Edgar Morin, caracteriza a cultura, em seu sentido mais amplo, como "um corpo complexo de normas, símbolos, mitos e imagens que penetram o indivíduo em sua intimidade, estruturam os instintos, orientam as emoções". E a maioria, convenhamos, não é culta.
Esta longa introdução vem a propósito da obra do artista plástico José Luís Piassa, (notadamente dos seus “Pergaminhos Filosófico-Culturais”), que, em sua concepção, guarda certa semelhança com a pintura rupestre primitiva a que me referi. Esse trabalho artístico coletivo se propõe, antes de tudo, a ser, também, uma “carta para o futuro” das comunidades envolvidas, embora não para um tempo tão longo (medido em milênios) quanto o dos rústicos desenhos do Homem Sapiens da era da Pedra Lascada.
Os participantes são instados, pelo idealizador e coordenador do projeto, a expor, à sua maneira (mediante desenhos coloridos e bem-elaborados ou simples garatujas – não importa – ou, então por colagens, grafismos e outras eventuais formas) sua condição sócio-cultural atual e o que almejam para o futuro. Todos os membros de determinada comunidade têm livre acesso à participação nessa obra interativa: crianças, jovens, adultos e idosos de ambos os sexos.


Cabe, a Piassa, fazer o arremate do pergaminho, de formas a lhe dar a conotação de um objeto de arte. Feito isso, o enorme painel é enrolado. É elaborada, a seguir, uma base (igualmente com manifestações dos participantes). E, finalmente, o rolo de lona é transformado numa espécie de gigantesco monumento, em forma de totem.
A proposta é, depois de certo tempo, (que o artista determinou, aleatoriamente, que seja de 30 anos), desenrolar esse pergaminho para saber, através do que ali os participantes deixaram registrado, se eles evoluíram, ou não, econômica, social e culturalmente. Quantos dos seus objetivos foram alcançados? Qual o grau individual e/ou coletivo de progresso (ou de retrocesso) que se atingiu? Quem, e por que, não saiu do lugar em termos de evolução material e/ou cultural?

Quanto à concepção artística dos Pergaminhos Filosófico-Culturais, Piassa observa: “O que se apresenta é uma sabedoria quase física dos materiais, principalmente das cores, que funcionam por contrastes e movimentos. É uma obra executada com materiais comuns e pintada com intenção de obter relevos, e que apela ao sentido táctil. Cores exaltadas e cores tímidas convivem, sem se acomodarem. Quando se entrelaçam, compõem uma seqüência harmônica”.

Quanto à concepção filosófica, os pergaminhos são, reitero, genuínas “cartas para o futuro”. E os totens que os encerram são monumentos vivos dos anseios, dos terrores, dos sonhos e da criatividade e ânsia de comunicar pensamentos e emoções das comunidades que participam da sua elaboração. São, portanto, na minha modesta concepção, a forma mais refinada de arte, por envolver não somente um indivíduo, mas toda uma coletividade atuando de forma ordenada, interativa e, sobretudo, de intensa criatividade na elaboração de uma obra.
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Pedro J. Bondaczuk
Jornalista e escritor radicado em Campinas,é cronista do Planeta News e editor do espaço "Literário" do site Comunique-se.